quinta-feira, 9 de maio de 2013

Dynahead - Chordata I (2013)




1. Abiogenesis
2. Bred Patterns
3. Collective Skin
4. Dawn Mirrored in Me
5. Echoes of the Waves
6. Foster
7. Growing in Veins
8. Hallowed Engine
9. Inevitable

Obstante a ótima qualidade da cena, a verdade é que as bandas brasileiras sempre primaram por apostar em sonoridades mais tradicionais quando o assunto é Heavy Metal, não dando assim muito espaço para inovações. Mas felizmente, eventualmente surgem bandas que procuram se diferenciar e buscar uma cara própria. É nesse grupo que se encaixa o brasiliense Dynahead. Buscando uma sonoridade inovadora, não se prendem muito a estilos, apresentando assim um trabalho deveras inovador e desafiador até mesmo para aquele fã de Metal mais eclético. 

Elementos de estilos díspares, como Jazz, Progressivo, Death Metal, Thrash e até Samba, se fazem presente durante toda a audição e, apesar de tamanha mistura, em momento algum sua música soa desconexa como se poderia imaginar. Algo que pesa a esse favor é o fato de as canções não serem muito longas, o que evita que soem enjoativas e que o ouvinte se perca meio a tantas variações de estilo e mudanças de tempo. Transitando entre momentos mais atmosféricos e de rara beleza e outros de total brutalidade, com os ótimos vocais de Caio Duarte variando entre o limpo e o gutural, Chordata I prende o ouvinte como poucos álbuns são capazes de fazer.

Em um álbum tão coeso e de tamanha qualidade, o esforço para apontar destaques é grande. “Abiogenesis”, faixa de abertura, dá uma amostra do que vamos encontrar durante todo o trabalho, variando entre a introspecção e a brutalidade, com guitarras diversificadas e complexas, e um ótimo trabalho vocal. A enérgica “Bred Patterns” é outra nessa linha, oscilando entre o mathcore e momentos etéreos. “Collective Skin” também me prendeu com sua brutalidade e variedade, numa mescla de momentos totalmente Thrash com outros que remetem ao Jazz. Já Echoes of the Waves” é o momento que temos para recuperar o fôlego, pois se trata de uma balada sentimental, focada apenas no duo piano e voz. “Hallowed Engine” também se destaca com seu peso e passagens que remetem ao Samba de raiz. Imaginem um Opeth com influências de música brasileira! Estranho? Sim, mas é excelente.

Com tamanha amplitude musical, o Dynahead nos surpreende a todo o momento. Algumas bandas passam toda uma carreira fazendo um mesmo trabalho. Já outras se renovam a cada lançamento. Pois esses brasilienses levam essa equação ao extremo, pois inovam e se renovam a cada faixa de Chordata I. Por sinal, essa é uma obra conceitual, que trata do surgimento da vida humana em seus aspectos biológicos e terá sua segunda parte lançada exatamente 1 ano após essa, em 2014.  Com uma identidade musical absurdamente forte, podemos dizer que o Dynahead lançou um álbum acima da média do que vemos por ai hoje em dia, e que vai entrar fácil nas listas de melhores de 2013.

NOTA: 9,0




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