quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Saint Spirit – Mea Culpa (2015)




Saint Spirit – Mea Culpa (2015)
(Independente - Nacional)

01. Arbalest (intro)
02. Solitude Collective's Train   
03. Release the Kraken   
04. Pregnant Women   
05. City of Roses   
06. Iceberg   
07. Volt   
08. Mea Maxima Culpa   
09. Tortura   
10. Hellyard   
11. Nameless   
12. Bonsai   
13. Roger That   
14. Indestructible

Não que isso influa de alguma forma para mim, mas os “truezões ultramegasblasterfodõespicadasgalaxias” certamente ficarão de mimimi com o Saint Spirit por dois motivos. Influências de Metalcore em seu som e o fato de abordar o Cristianismo em suas letras, mesmo que de forma totalmente distante do que é feito pelas religiões constituídas, as quais a banda é muito crítica. Então, se você se encaixa nessa discrição, pare por aqui mesmo e leitura e vá escutar um álbum do Varguinho enquanto realiza seu ritual satânico do dia. Como não me prendo a esses preconceitos bobos (tanto que também curto muito Black Metal) e coloco a musica, uma expressão puramente artística e consequentemente livre de dogmas e regras em primeiro lugar, vamos seguir com a resenha.
Na estrada desde 1994 e vindo de Belfod Roxo/RJ, o Saint Spirit possui 3 cd’s e um EP lançados, sendo esse seu 4° trabalho completo de estúdio. A praia dos cariocas sempre foi o Thrash Metal, mas quem teve a oportunidade de escutar seu álbum anterior, Vanitas Vanitatum (11), já tinha percebido a inserção de alguns elementos de Djent em sua música. Pois em Mea Culpa essa proposta não só foi amadurecida como também ampliada, já que podemos ver não só elementos de Djent aqui, como também Hardcore, Metalcore, Groove e Death Metal. A afinação mais baixa deixou o som do Saint Spirit ainda mais pesado e moderno e vêm acompanhado de ótimos riffs e solos (onde temos boas doses de melodias), vocais muito agressivos e uma parte rítmica com boa técnica e que dá ótima variedade as músicas (além de segurar bem toda a porradaria). O conceito do álbum também ajuda muito a deixar tudo ainda mais pesado e perturbador. Mea Culpa fala do Hospital Colônia de Barbacena, uma Instituição que teoricamente era voltada para tratamento de pessoas com doenças mentais, mas que na pratica foi utilizada como instrumento de eugenia pelas autoridades da época. Digamos que estava muito mais para um Campo de Concentração do que para um local de tratamento e atrocidades terríveis foram cometidas com total anuência da sociedade, que fingia não ver o que ali ocorria. Recomendo aqui a leitura do livro “Holocausto Brasileiro: Vida, Genocídio e 60 Mil Mortes No Maior Hospício do Brasil”, de Daniela Arbex. Voltando a parte musical, os maiores destaques aqui ficam por conta de “Release the Kraken”, “City of Roses” (com participação de Frank Lima, do Maieuttica), “Volt”, “Tortura” (com participação de Bruno Max, do Puritan), “Hellyard” e “Bonsai” (com participação de Daniel Monteiro, do Folhas de Outono).
A produção é excelente e conseguiu deixar todos os instrumentos 100% audíveis, mas sem tirar a crueza e a brutalidade da música aqui presente. Já a capa é belíssima e tem conexão direta com o conteúdo lírico do álbum, causando forte impacto assim que se visualiza a mesma. Em Mea Culpa o Saint Spirit conseguiu encontrar o tão almejado caminho das pedras para dar uma personalidade própria a sua música, o que acabou resultado nesse que deve ser um dos melhores lançamentos nacionais de 2015. Se achou interessante, o álbum esta disponível no Bandcamp para audição e compra digital. Deixe seus preconceitos de lado e solte o Kraken dentro de você!

NOTA: 8,5





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