segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Tarja - The Shadow Self (2016)


Tarja - The Shadow Self (2016)
(Shinigami Records/earMUSIC - Nacional)


01. Innocence
02. Demons in You
03. No Bitter End
04. Love To Hate
05. Supremacy (Muse Cover)
06. The Living End
07. Diva
08. Eagle Eye
09. Undertaker
10. Calling From The Wild
11. Too Many
12. Hit Song (Hidden Track)

Esse ano de 2016 tem sido cheio para os fãs da finlandesa Tarja, afinal, além de The Shadow Self, já tivemos o EP Innocence e The Brightest Void, um álbum-prévia, que contava com algumas canções inéditas, outras já conhecidas de sua carreira, mas que ainda não haviam sido lançadas em Cd e versões diferentes de canções que aqui entraram, além de alguns covers. Como vemos, uma fartura de lançamentos.

Tarja havia prometido que esses seriam os materiais mais pesados de sua carreira até então, algo que pudemos realmente comprovar em The Brightest Void e que se mantém em The Shadow Self, já que o Metal se faz muito mais presente aqui do que em trabalhos anteriores. As participações especiais também são fartas e enriquecem o resultado final. Se não bastasse contar com músicos do calibre de Doug Wimbish (baixo, Living Colour), Mike Terrana (bateria, ex-Masterplan, ex-Rage, ex-Yngwie J. Malmsteen, dentre outros), Max Lilja (cello, ex-Apocalyptica) e Alex Scholpp (guitarra, Sinner), ainda temos aqui nomes como Chad Smith (baterista, Red Hot Chili Peppers), Alissa White-Gluz (vocalista, Arch Enemy) e Fernando Scarcella (baterista, Rata Blanca), dentre muitos outros.

Mas claro que quando falamos em peso, não estamos nos referindo a nada exagerado, já que em momento algum o trabalho perde a acessibilidade que dele se espera. Na maior parte do tempo, o Metal e o Clássico se equilibram muito bem e Tarja procura cantar de forma bem mais natural, tornando assim os vocais líricos menos presentes, algo que do meu ponto de vista é muito positivo. Claro que nem tudo são flores, já que em alguns momentos tal mescla de estilos não funciona tão bem, ficando tudo um pouco demarcado demais, mas não é nada que comprometa o resultado final, já que possivelmente apenas os mais ranzinzas como eu irão se incomodar com tal fato.




“Innocence”, faixa de abertura, é um retrato fiel do álbum. Acessível, com uma guitarra simples, funcional e que imprime o peso necessário, além de uma parte orquestral exuberante.  Outras que seguem bem esse modelo são “Love To Hate”, “Undertaker” e “Supremacy”, essa última um cover do Muse no qual, para variar, a finlandesa consegue imprimir sua identidade. Já “Demons in You” começa com uma levada que remete ao Funk Rock (conta com Chad na bateria), mas logo adquire uma pegada bem moderna e pesada, com direito a participação de Alicia, que divide os vocais no refrão com Tarja. Outra com um peso extra é “Calling From The Wild”, com um belo trabalho de guitarra. “The Living End” se mostra uma bonita balada, enquanto “Diva” já não funciona tão bem, soando um pouco maçante. Outra que não funciona é “Too Many”, faixa que encerra o álbum e sem dúvida o momento mais experimental do mesmo. Se você deixar o Cd rolando após o final da mesma, vai se deparar com uma faixa escondida, mas que não acrescenta muita coisa (apesar do peso).

Mas os dois grandes destaques de The Shadow Self são “No Bitter End” e “Eagle Eye”, faixas presentes em The Brightest Void e que aqui estão em suas versões finais. A primeira se mostra acessível, mas com ótimos riffs e um ótimo refrão. Realmente me empolgou. Já a segunda, além do ótimo dueto entre Tarja e seu irmão Tony, ganhou uma dose extra de peso. Supera em muito a versão anterior.

A produção, como não poderia deixar de ser, é excelente, conseguindo equilibrar muito bem todos os elementos da música de Tarja, tendo sido responsabilidade dela, do seu marido Marcelo Isaac Cabuli e de Tim Palmer (Ozzy Osbourne, Sepultura), que também  cuidou da mixagem. Já a masterização ficou por conta de Justin Shturtz (Jag Panzer, Thunderstorm) e a capa foi obra do Büro Dirk Rudolph.

Posso dizer sem medo que The Shadow Self é o melhor trabalho de Tarja até hoje. Conseguindo equilibrar bem o Clássico e o Metal, injetando mais peso as suas canções, mas sem perder a acessibilidade e soando muito mais natural que no passado, esse é um álbum que vai não só agradar em cheio aos fãs da finlandesa, como também tem potencial para agradar aqueles que até então não haviam se sentido atraídos por seu trabalho.

NOTA: 8,0

Tarja é:
- Tarja Turunen (vocal, piano);
- Alex Scholpp (guitarra);
- Doug Wimbish (baixo);
- Mike Terrana (bateria);
- Christian Kretschmar (teclado);
- Max Lilja (cello).

Gravação:
- Tony Turunen (vocal na faixa 8);
- Julián Barrett (guitarra e violão nas faixas 2, 5, 8 e 11);
- Luis Conte (percussão nas faixas 3, 6, 7 e 8);
- Chad Smith (bateria nas faixas 2, 3 e 11);
- Alissa White-Gluz (vocal na faixa 2);
- Fernando Scarcella (bateria nas faixas 2, 5 e 7);
- Tim Palmer (guitarra e violão nas faixas 3 e 10, teclado nas faixas 1, 3 e 4);
- Jim Dooley (guitarra de 12 cordas na faixa 6);
- Kevin Chown (baixo nas faixas 1, 2, 3 e 5 e baixo acústico na faixa 6);
- Anders Wollbeck (teclado nas faixas 1 e 7);
- Guillermo d'Medio (teclado nas faixas 4, 6, 9 e 10);
- Atli Örvarsson (programação na faixa 9);
- Jetro Vainio (programação na faixa 11);
- Izumi Kawakatsu (piano na faixa 1);
- Marcelo Isaac Cabuli (orgão na faixa 7);

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