quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Twilight Force - Heroes Of Mighty Magic (2016)


Twilight Force - Heroes Of Mighty Magic (2016)
(Shinigami Records/Nuclear Blast - Nacional)

01. Battle of Arcane Might
02. Powerwind
03. Guardian of the Seas
04. Flight of the Sapphire Dragon
05. There and Back Again
06. Riders of the Dawn
07. Keepers of Fate
08. Rise of a Hero
09. To the Stars
10. Heroes of Mighty Magic
11. Epilogue
12. Knights of Twilight’s Might

Bem, vamos fazer o check in:
- Nome genérico? Confere.
- Título de álbum clichê? Confere.
- Capa com um dragão? Confere.
- Uma história épica sobre um mundo de magia e heróis? Confere.
- Títulos com palavras como Battle, Dragon, Hero(es), Magic, Might? Confere.
- Vocais limpos estridentes e agudos? Confere
- Profusão de partes sinfônicas, teclados e coros grandiosos? Confere.
- Refrões feitos sobre medida para cantarmos juntos? Confere.
- Guitarras e baixo velozes, com esse último no compasso da bateria? Confere.
- Canção épica de 10 minutos ou mais? Confere em dobro.

Como podemos ver, os suecos do Twilight Force usam e abusam de todos os clichês existentes no Power Metal Sinfônico, tanto que durante os 70 minutos de duração de Heroes Of Mighty Magic, perdura aquela sensação de que já ouvimos tudo isso antes. O som é genérico e isso não dá para discutir. Então porque raios, esse álbum consegue ser tão legal e divertido? Está ai uma pergunta que tentarei responder aqui.


Seu trabalho de estreia, Tales of Ancient Prophecies (14), conseguiu chamar a atenção dos fãs de Power Metal Sinfônico ao ponto de a Nuclear Blast oferecer um contrato ao grupo e investir pesado pra o lançamento de Heroes Of Mighty Magic. E isso se justifica claramente pela qualidade do que escutamos aqui. Confesso que há muito não tenho paciência para o estilo, e raras são as bandas que se enveredam por esses lados que ainda consigo escutar. Na verdade, apenas o Rhapsody (of Fire) e o Gloryhammer, sendo que esse último sequer se leva a sério, tamanha a forma como são caricatos. E bem, de certa forma isso também ocorre aqui, já que cada um dos membros do Twilight Force representa um personagem fictício. Aliás, se você for fã de RPG, vai se deliciar com o encarte do álbum.

Musicalmente falando, Chrileon (vocal), Lynd (guitarra/alaúde), Aerendir (guitarra), Borne (baixo), De'Azsh (bateria) e Blackwald (cembalo/teclado/piano/violino), que no debut utilizava o nome de Eldhrimnir) apresentam exatamente o que se espera deles, ou seja, melodias verdadeiramente grudentas e cativantes, orquestrações simplesmente exuberantes (que não soam forçadas) e que junto com os teclados, assumem o comando das canções. O Rhapsody (of Fire) é a principal referência aqui e o maior exemplo disso, sem sombra de dúvidas, está em  “Riders of the Dawn”, que poderia fazer parte de qualquer um dos primeiros trabalhos dos italianos.

Aliás, Fabio Lione está entre os convidados aqui, fazendo uma participação em  “There and Back Again”, um épico bombástico com mais de 10 minutos, com refrão daqueles grudentos. Talvez por não terem colocado nenhuma canção nesses moldes no debut, aqui resolveram incluir duas, as já citadas acima e  “Heroes of Mighty Magic”, que possui uma atmosfera verdadeiramente majestosa e conta com a participação de ninguém menos que Joakim Brodén, do Sabaton (o Twilight Force é outra banda sueca a vir de Falun). Outras canções que merecem ser destacadas aqui são “Battle of Arcane Might”, que abre os trabalhos retratando perfeitamente o que encontraremos no restante da audição,  “Flight of the Sapphire Dragon”, com um bom trabalho de guitarras e “To the Stars”, rápida, com belos solos e arranjos orquestrais destacados.


Dispensáveis aqui, apenas as duas últimas faixas presentes. A sensação que temos é que o trabalho é dividido em duas partes, ambas se encerrando com canções épicas, em “There and Back Again” e “Heroes of Mighty Magic”. Mas por algum motivo, ao final dessa última resolveram incluir um epílogo de mais de 6 minutos, com um narrador contando desnecessariamente uma história que ficou muito clara durante os mais de 60 minutos de música que o antecederam. A sequência, com a curta “Knights of Twilight’s Might”, soa totalmente desnecessária.

Toda parte de produção, mixagem e masterização ficaram a cargo de Lynd e Blackwald, com ótimos resultados. Apesar de muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, tudo está bem claro e você não se sente perdido, conseguindo escutar todos os instrumentos presentes. Já a capa foi obra de Kerem Beyit (Heavatar). Já toda a parte de design foi elaborada pela dupla Louise Klintäng e Hanna Turi, com resultados realmente muito legais.

Sim, todos os clichês possíveis estão por aqui, como já deixei bem claro, mas Heroes of Mighty Magic consegue cativar o ouvinte e vai agradar em cheio os fãs do estilo. Talvez seja por soarem caricatos e assim divertidos, ou então por não serem pedantes e pretensiosos como o Luca Turilli's Rhapsody, ainda não cheguei a uma conclusão. Mas de uma coisa eu sei. O Twilight Force foi responsável por um dos melhores trabalhos (ou quem sabe o melhor) do estilo lançados em 2016.

NOTA: 8,5

Twilight Force é:
- Chrileon (vocal);
- Lynd (guitarra/alaúde);
- Aerendir (guitarra);
- Borne (baixo);
- De'Azsh (bateria);
- Blackwald (cembalo/teclado/piano/violino).

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