segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Axel Rudi Pell - Game of Sins (2016)

 
Axel Rudi Pell - Game of Sins (2016)
(Shinigami Records - Nacional)


01. Lenta Fortuna (Intro)
02. Fire
03. Sons in the Night
04. Game of Sins
05. Falling Star
06. Lost in Love
07. The King of Fools
08. Till the World Says Goodbye
09. Breaking the Rules
10. Forever Free
11. All Along the Watchtower (Bob Dylan cover)

Existem alguns músicos que, apesar de absurdamente talentosos, recebem menos atenção do que deveriam por esses lados de cá. Axel Rudi Pell me parece um deles. Guitarrista e compositor de talento, o alemão consolidou sua carreira a partir de 1989, com alguns trabalhos simplesmente clássicos, como Nasty Reputation (91), Black Moon Pyramid (96), Magic (97), The Masquerade Ball (00) e mais recentemente, Circle of the Oath (12).

Game of Sins é nada mais, nada menos, do que seu 17º trabalho de estúdio e aqui, como de praxe, ele não inventa. O ouvinte encontrará aquela velha fórmula de canções um pouco mais longas, com raiz no Heavy Tradicional, e que trafegam com uma naturalidade impressionante entre o Power Metal e o Hard Rock. Além disso, temos os ótimos vocais de Johnny Gioeli, uma parte rítmica coesa e firme, com seu fiel escudeiro desde os tempos de Steeler, Volker Krawczak (baixo) e o experiente Bobby Rondinelli (bateria, com passagens por Black Sabbath, Warlock, Doro, Rainbow, Quiet Riot e Blue Öyster Cult) e complementando, os teclados sempre muito bem encaixados de Ferdy Doernberg.

Curiosamente, a maior virtude de Game of Sins, também acaba sendo seu calcanhar de aquiles. Por apostar em uma fórmula já mais que conhecida, muitas canções aqui presentes acabam por nos remeter a material de seu passado e as vezes, até mesmo a outras presentes no mesmo trabalho. Um exemplo são as semelhanças entre a faixa-título e “Till the World Says Goodbye”. Se por um lado, entrega aos seus fãs exatamente o que eles esperam, por outro o resultado soa um pouco repetitivo e burocrático. Me chamou a atenção também o fato de os solos estarem mais contidos, apesar de ainda possuírem uma qualidade inquestionável.


“Fire”, que verdadeiramente abre o trabalho, é uma típica faixa de abertura dos trabalhos de Axel. Bom peso, melodias que remetem ao Power Metal, além de riffs e refrão bem familiares. Já a faixa seguinte, “Sons in the Night”, tem aquele apelo mais Hard, com bons riffs e refrão grudento, daqueles que você já sai cantando na primeira audição. A faixa título tem uma pegada mais épica e soa bem diversificada, agradando muito. Mas é isso. O restante do álbum vai seguindo essa fórmula, o que depois de algum tempo, começa a soar um pouco cansativo. Claro, temos alguns momentos muito bons, como a pesada e poderosa “Falling Star”, a cativante e grudenta “The King of Fools” e a balada “Forever Free” (Axel tem o dom para as mesmas, isso é indiscutível), mas fica aquela sensação que faltou algo a mais. Vale dizer que a versão nacional vem com uma faixa bônus, “All Along the Watchtower”, cover de Bob Dylan que saiu apenas em edições limitadas na Europa, e que ficou bem legal.

A produção, como sempre feita por Axel, é de ótima qualidade. A mixagem ficou por conta do mestre Charlie Bauerfeind (Helloween, Blind Guardian, Angra, Hammerfall, Gamma Ray, Saxon, Rage) e a masterização, como ocorre desde Eternal Prisoner (92), foi realizada por Ulf Horbelt (Arch Enemy, Moonspell, Dark Tranquillity, Sodom, Paradise Lost, Krisiun). Já a bela capa, mais uma vez foi obra do ilustrador inglês Martin McKenna (vale a pena uma visita a seu site).

Ao final, Game of Sins é uma faca de dois gumes. Se por um lado, entrega exatamente o que seu público deseja, por outro acaba soando um pouco cansativo por repetir sempre a mesma fórmula. Quando a inspiração está em dia, isso pouco incomoda, mas como faltou a mesma em alguns momentos aqui, o trabalho perdeu um pouco de sua força. Admito, mesmo com tais falhas, que esse é um álbum que possui qualidade, pois apesar de tudo, consegue cativar o ouvinte com suas ótimas melodias e com o talento inquestionável de Axel Rudi Pell. No fundo, talvez o seu verdadeiro problema seja estar inserido em uma discografia que é praticamente impecável.

NOTA: 7,5

Axel Rudi Pell é:
- Johnny Gioeli (vocal);
- Axel Rudi Pell (guitarra);
- Volker Krawczak (baixo)
- Bobby Rondinelli (bateria)
- Ferdy Doernberg (teclado)

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