sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Morthur - Between the Existence and the End (2017)


Morthur - Between the Existence and the End (2017)
(Sangue Frio Records/ABC Terror Records/Blasphemic Art Distribuidora/Corvo Revords/Profundezas Abismais Productions/Holocaust Records Vinyl/Libertinus Records/Tornhate Records/Necro Distro & Prods/ T.N. Prods. & Distro - Nacional)


01. Intro    
02. Immortals   
03. From Life to Death    
04. Mortal Desire    
05. Warlock of the Underworld    
06. Demonized    
07. Extremely Against the World    
08. Living Blasphemia    
09. Alien Tomb

O Rio Grande do Sul e o Death Metal possuem uma ligação forte, quase umbilical, já que a naturalidade com que o cenário gaúcho gera grandes nomes para o estilo é algo que beira o absurdo. Surgido na cidade de Erechim, no ano de 2013, o Power Trio Morthur é mais um nome que surge para se somar à lista de ótimas bandas surgidas por lá, e nos apresenta aqui seu debut, Between the Existence and the End, um trabalho que, confesso, me surpreendeu muito positivamente.

O que temos em mãos é um belíssimo álbum de Blackned Death Metal, como se aquele Morbid Angel dos primeiros álbuns se encontrasse com o Behemoth para fazerem uma jam. Sua música soa forte e bem densa, esbanjando peso, agressividade, brutalidade e energia, mas com um certo clima gélido e sombrio perpassando suas canções. E isso, somado às letras de cunho mais filosófico e niilista, geram uma sonoridade maravilhosamente odiosa.

Os vocais de Jeferson Casagrande seguem uma linha mais urrada do que gutural, e se mostram bem variados. Na guitarra, ele também faz um belo trabalho, despejando riffs bem agressivos e cortantes (que resvalam no Black Metal em alguns momentos). Na parte rítmica, muito pesada e coesa, o baixo de Marco Antonio Zanco se mostra belicoso, enquanto o baterista André Cândido faz um belíssimo uso dos pedais duplos. E o mais legal é que, apesar de não adotar modernidades em seu som e seguir uma linha mais Old School, em momento algum sua música soa datada. Justamente o contrário, temos aqui uma sonoridade bem atual.


Após a curta intro, “Immortals” chega simplesmente destruidora, com boa velocidade, mudanças de ritmo e alguns riffs de arrepiar a espinha. “From Life to Death” mantém o nível de rispidez bem alto, soando bruta e raivosa. Vai remeter muitos por aí aos bons momentos do Morbid Angel. Mas o Morthur não aposta apenas na velocidade, já que momentos mais cadenciados se fazem presentes, dando variedade ao trabalho. Faixas como “Mortal Desire” e “Warlock of the Underworld” (simplesmente brutal) são ótimos exemplos disso. “Demonized” começa a mil por hora, para em seguida alternar entre cadência e velocidade, tendo na sequência a variada “Extremely Against the World”. Na sequência final, “Living Blasphemia” se mostra bem arrastada e sombria, características também presentes na ótima “Alien Tomb”, que fecha o CD.

Gravado e produzido entre os anos de 2014 e 2016 pela própria banda e pela Phobos Dark Art, e com a mixagem feita por Jeferson Casagrande, é nítido o cuidado que tiveram nesse sentido, já que o resultado ficou muito bom, bem acima da média do que vemos no cenário nacional. A capa e layout também foram obra de Jeferson, tendo ficado simples, mas funcional e dentro do contexto apresentado. Mostrando uma maturidade absurda, além de muita energia e criatividade, o Morthur surpreende de forma muito positiva, credenciando-se desde já a pleitear um posto entre as principais bandas do estilo no país. Se gosta de Death Metal bem-feito, pode correr atrás desse material.

NOTA: 8,5

Morthur é:
- Jeferson Casagrande (vocal/guitarra);
- Marco Antonio Zanco (baixo);
- André Cândido (bateria).

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