segunda-feira, 12 de março de 2018

Rotting Christ - A Dead Poem (1997/2018)


Rotting Christ - A Dead Poem (1997/2018)
(Cold Art Industry - Nacional)


01. Sorrowfull Farewell
02. Among Two Storms
03. A Dead Poem
04. Out of Spirits
05. As If by Magic
06. Full Colour Is the Nights
07. Semigod
08. Ten Miles High
09. Between Times
10. Ira Incensus
11. Sorrowfull Farewell (Live)   
12. Among Two Storms (Live)

Antes de qualquer coisa, precisamos agradecer a Cold Art Industry por esse relançamento, algo que podemos chamar de um serviço de utilidade pública. Poder ter em mãos uma versão tão caprichada de A Dead Poem, com direito a duas faixas bônus, é algo que torna melhor o dia de qualquer fã do Rotting Christ. Sucessor do fantástico Triarchy of the Lost Lovers (96), o 4º álbum de estúdio dos gregos é uma evolução deste, se aprofundando mais nos elementos góticos e melódicos que haviam sido apresentados no mesmo. É onde a banda dá uma guinada forte para uma sonoridade mais Dark, com um resultado final simplesmente excelente.

Aqui podemos traçar um paralelo entre o Rotting Christ e o Paradise Lost. Ambos começaram suas carreiras com uma sonoridade mais extrema, mas com o passar dos álbuns, foram moldando seu som para algo menos brutal e muito mais melancólico e sombrio. Acho até que não seria exagero dizer que A Dead Poem é uma espécie de Draconian Times com um pé no Black Metal, dado o fato que ambos focam no goticismo e nas melodias, se diferindo apenas na questão vocal, pois ao contrário de Nick Holmes, Sakis manteve seus vocais mais agressivos. Similaridades com o trabalho do Moonspell também podem ser vistas, e não é coincidência termos a participação especial de Fernando Ribeiro em uma das canções.

Os vocais de Sakis continuam seguindo uma linha mais Black, e conseguem impor um ar sombrio as canções, enquanto sua guitarra é responsável não só por nos entregar ótimos riffs, como também algumas melodias belíssimas e solos fantásticos. É nítida a influência de Heavy Metal Tradicional em seu trabalho. A parte rítmica, com Themis e o estreante Andreas, também executa um trabalho de altíssimo nível. Repare nas linhas de baixo aqui presentes e em como são importantes para o resultado final. Os teclados, sempre encaixados de forma perfeita e sem exageros, tendo importância nos momentos mais atmosféricos e melancólicos, foram executados por ninguém menos que Xy, do Samael, que também foi o produtor do álbum.


Apontar destaques aqui é impossível, pois esse é daqueles trabalhos onde todas as canções estão niveladas por cima. De cara, temos o hino “Sorrowfull Farewell”, com seus riffs marcantes e belas melodias. Não satisfeito, na sequência escutamos outro clássico, “Among Two Storms”, que conta com a participação de Fernando Ribeiro (Moonspell) nos vocais e com um trabalho de guitarra primoroso (com destaque para o belo solo). “A Dead Poem” mantém o nível alto com muito peso, e “Out of Spirits” cativa o ouvinte com facilidade, dada as ótimas melodias presentes. Fechando a primeira metade do álbum, a incrível “As If by Magic”, com um belo trabalho da parte rítmica e um lado atmosférico que lhe cai muito bem.

A segunda metade abre com outra música acima da média, “Full Colour Is the Nights”, com riffs e melodias verdadeiramente grudentas e uma pegada gótica bem forte. “Semigod” mescla muito bem o Gothic e o Black, soando bem sombria e novamente com a parte rítmica se destacando. Já “Ten Miles High” é uma faixa instrumental, mas que impressiona pelas melodias elegantes, com destaque para a maior presença do teclado de Xy. Na sequência final, temos a assombrosa (no bom sentido) “Between Times” e a excelente “Ira Incensus”, com uma aura mística incrível (cortesia dos teclados), melodias obscuras, bons riffs e linhas marcantes de baixo. De bônus, versões ao vivo para “Sorrowfull Farewell” e  “Among Two Storms”.

Como já comentado acima, a produção ficou a cargo de Xy, com a mixagem e masterização realizadas por Siggi Bemm (Moonspell, Lacuna Coil, Samael, The Gathering). Um resultado final excelente, limpo para os padrões da época e que casa perfeitamente com a proposta da banda. A belíssima capa ficou por conta de Carsten Drescher (Paradise Lost, Iced Earth, Epica, After Forever). Apresentando um álbum dinâmico, focado nas belas e sombrias melodias e com grandes riffs, o Rotting Christ assumiu definitivamente seu lado mais Dark Metal com A Dead Poem, mas sem abrir mão de sua identidade. Um clássico dos anos 90 e da discografia dos gregos.

NOTA: 9,0

Rotting Christ (gravação):
- Sakis (Vocal/Guitarra);
- Andreas (Baixo);
- Themis (Bateria).

Músicos Convidados:
- Xy (Teclado);
- Fernando Ribeiro (Vocal em Among Two Storms).

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Cold Art Industry


Um comentário:

  1. Nesse disco a banda mudou a sonoridade, mas mudou com dignidade, sem perder a essência e a identidade. Um dos melhores da discografia, um dos meus preferidos e coloco também como um dos grandes lançamentos da metade da década de 90, no qual muitas bandas estavam indo para um lado diferente, musicalmente.

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